O que é microbiota
MICROBIOTA INTESTINAL
Os microrganismos habitam variados locais do organismo humano, incluindo a pele, o nariz, a boca e o intestino, sendo que o intestino, principalmente o cólon possui a maior variedade de microrganismos – aproximadamente 100 trilhões de células bacterianas, número este dez vezes superior ao número de células humanas. Cada indivíduo apresenta uma composição distinta e altamente variável de microrganismos intestinais. Os microrganismos podem ser benéficos, potencialmente nocivos ou patogênicos. Os microrganismos considerados benéficos geralmente fermentam carboidratos, não produzem toxinas e podem proporcionar uma série de potenciais benefícios para o hospedeiro, como a interação com o sistema imunológico e a inibição competitiva de patógenos.
A composição dos microrganismos intestinais designa-se por microbiota.
A microbiota humana estabelece-se no início da vida – o feto no útero é estéril e a exposição aos microrganismos inicia-se no parto durante a passagem pelo canal vaginal e/ou exposição aos microrganismos presentes no ambiente. Quando a microbiota adulta se estabelece, mais ou menos aos 2-3 anos de idade, ela é relativamente estável em um mesmo indivíduo, mas ainda pode sofrer alterações ao longo da vida, sendo influenciada por determinados fatores, como idade, alimentação, localização geográfica, doenças, consumo de suplementos alimentares ou fármacos (principalmente antibióticos) ou outros fatores ambientais.
A microbiota intestinal também é uma parte essencial do sistema de defesa do corpo humano. O trato gastrointestinal é descrito, às vezes, como o maior órgão imunológico do corpo humano. Ele representa a maior área de contato da mucosa do hospedeiro com o ambiente e contém até 80% de todas as células que produzem anticorpos.
A integridade do revestimento epitelial do trato gastrointestinal é essencial para a saúde, e o rompimento dessa barreira intestinal pode aumentar o risco de certos distúrbios ou doenças intestinais.
PROBIÓTICOS X PREBIÓTICOS
Bactérias probióticas podem ser definidas como “microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, proporcionam benefícios à saúde do hospedeiro” (FAO/OMS 2001).
Os organismos probióticos são usados em uma variedade de alimentos, principalmente na categoria de laticínios, mas também em suplementos nutricionais, em forma de cápsulas ou comprimidos.
Por outro lado, o conceito de prebióticos baseia-se na estimulação seletiva da própria microbiota benéfica do hospedeiro, atuando como substrato de fermentação (seletiva), estimulando o crescimento e a atividade do microrganismo ou do grupo de microrganismos específico de interesse proporcionando benefícios para a saúde do hospedeiro.
Entre os carboidratos com atividade prebiótica, a maior parte das pesquisas foi conduzida com frutanos – ou seja, com o polissacarídeo inulina ou com fruto-oligossacarídeos (FOS) derivados de diversos cultivares ou da sacarose – e galacto-oligossacarídeos (GOS).
Alguns prebióticos ocorrem naturalmente em alimentos como chicória, cereais, agave, leite e biomassa de banana verde.
Os prebióticos e probióticos podem ser combinados em “simbióticos”. Nesse caso, os efeitos dos dois componentes devem ser sinérgicos. O crescimento do probiótico no intestino pode ser estimulado pela fermentação do prebiótico, e/ou o prebiótico pode ajudar a criar um ambiente intestinal mais favorável, no qual o probiótico se torna mais competitivo.
Em todos os casos, fica claro que os prebióticos e probióticos devem ser consumidos com regularidade para conferir benefícios á saúde.
BENEFÍCIOS DOS PROBIÓTICOS E PREBIÓTICOS PARA A SAÚDE
- Manutenção da microbiota saudável
- Melhora da constipação
- Prevenção e tratamento de quadros inflamatório intestinal crônico (doença de Chron, Síndrome do Intestino Irritável, Colite ulcerativa)
- Reduçao de risco de câncer de cólon
- Aumento da absorção de nutrientes
- Controle do apetite
- Diminuição do peso corporal
- Melhora do metabolismo da glicose e de lipídios
- Aumento das respostas imunológicas
- Redução de sintomas alérgicos
Por: Sabrina Theil – Nutricionista – Clínica Juliana Neiva